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quarta-feira, 22 de abril de 2009

A Família Funcional

Por: James D .MacArtur, PHD
Diretor do Centro Vocacional e de Aconselhamento,
Universidade Brigham Young


Lembro, quando eu era um jovem pai, de ler Doutrina e Convênios 93:40, em que o Senhor diz:
“Ordenei que criásseis vossos filhos em luz e verdade”.
Fiquei a me perguntar: “Como vou fazer isso exatamente?”
Eu já ouvira muitas pessoas falarem de famílias disfuncionais, mas eu queria criar uma família funcional.
Então o que é exatamente uma família funcional?
As pessoas parecem achar que os membros de uma família funcional se dão perfeitamente bem e resolvem os problemas juntos com perfeição. É claro que, na realidade, chamar uma família de “funcional” não quer dizer que ela seja perfeita. Todas as famílias enfrentam dificuldades ao lidarem com a personalidade única de cada membro da família. Contudo, numa família bem ajustada, os familiares reconhecem que têm fraquezas e fazem um esforço conjunto para melhorar os relacionamentos, a despeito de suas fraquezas.
Na verdade, os membros da família sentirão
mais felicidade quando se empenharem para aplicar os princípios do evangelho em sua vida para melhorar os relacionamentos individuais e familiares.
Ao longo de muitos anos trabalhando com casais e famílias como conselheiro profissional, aprendi alguns princípios que creio serem úteis para as famílias funcionarem bem. Este artigo discute apenas alguns deles; pode ser que lhes ocorram outros.
Ao ler os princípios, reservem
alguns momentos para determinar como podem aplicá-los a sua família.

Na família funcional, os pais concentram as energias
no ensino de princípios corretos aos filhos e permitem que exerçam o livre-arbítrio.
Na condição
de pai e avô, reflito bastante e esforço-me para oferecer o máximo possível de amor, instrução, tempo, cuidado, auxílio, orientação e atenção para ensinar a meus filhos e netos princípios corretos. Isso inclui ensinar-lhes que as escolhas têm conseqüências, tanto positivas como negativas.
Às vezes, como pais, cedemos à tentação de assumir o papel de gerente que tenta controlar os filhos, por esperarmos determinado resultado. O problema com essa atitude é que os filhos resistem à coerção ou compulsão, principalmente ao ficarem mais velhos. Quanto mais agirmos como instrutores, consultores e guias e agirmos menos como gerentes, mais êxito teremos. Isso quer dizer que ensinamos a nossos filhos princípios corretos, conforme permitam sua maturidade e experiência, continuamos a conceder-lhes maior autonomia para fazerem escolhas e colherem as conseqüências.

Na família funcional, os pais fortalecem intencionalmente a família.
Isso quer dizer que é preciso ponderar com regularidade e sigilo as necessidades de cada filho e
avaliá-las à luz das necessidades gerais da família.
Muitos de
nós nos encontramos constantemente reagindo aos desafios da vida. Agendas movimentadas e as muitas obrigações da vida podem dificultar a tentativa de decidirmos como desejamos viver e atender às necessidades e expectativas da família. Isso implica que as circunstâncias, outras pessoas ou velhos hábitos podem acabar por ditar como reagiremos a determinada situação, em vez de a decisão ser tomada por nós mesmos quanto ao modo de agir. Nem é preciso dizer que tais reações costumam levar a situações desagradáveis em que não estamos à altura de nosso potencial.
Uma das melhores maneiras de os pais fortalecerem a família é programar um horário específico a cada semana para discutir como a família está se saindo. Chamo isso de “tempo de discussão em família”. Ao estabelecerem O que é uma família funcional? É a família em que os familiares trabalham em conjunto para melhorar os relacionamentos ao enfrentarem problemas.
um tempo de discussão em família, você e o seu cônjuge comprometem-se a refletir regularmente sobre as necessidades da família. Vocês também criam tempo para avaliar as mudanças que vocês e a família podem precisar fazer.
Se você estiver criando seus filhos sozinho, pode marcar uma hora semanal para meditar e orar sobre sua família. Concentrar-se intencionalmente na família também significa pensar no impacto do que vocês dizem ou não diz aos filhos.
Como pais, vocês começam a enviar mensagens
sobre seus sentimentos em relação aos filhos a partir do minuto em que eles nascem. Essas mensagens incluem suas palavras, atos e atitudes, sejam eles voluntários ou não.
Todas essas mensagens moldam a auto-estima das crianças. Exemplos de mensagens não intencionais, mas não raro prejudiciais, incluem ignorar o filho e ser impaciente com ele. Se você estiver ocupado demais para passar tempo com um filho, pode ser que esteja enviando a mensagem:
“Você não é importante para mim”. Lembre, contudo, que às vezes não há como evitar as ocupações, então não fique paranóico em relação a isso.
Lembre apenas que
é importante enviar intencionalmente mensagens positivas para edificar os filhos e avaliar periodicamente quais mensagens você está transmitindo a fim de adaptá-las conforme a necessidade.
Que mensagens você gostaria de enviar intencionalmente a seus filhos?
Deseja que eles saibam que você
os ama e pensa neles?
Caso planeje com antecedência,
poderá enviar mensagens positivas mesmo quando parecer difícil.
Por exemplo, suponha que você tenha de sair
para o trabalho todos os dias antes de as crianças acordarem.
Pense em como um filho ficaria surpreso e feliz se fizesse um cartãozinho em papel colorido e o fixasse ao pé da cama dele, como primeira coisa a ser vista quando ele acordasse. O cartão poderia dizer algo como: “Olá! O papai ama você! Até o jantar. Vamos brincar juntos quando eu voltar para casa!” Esse tipo de mensagem positiva pode exercer um impacto positivo eficaz e duradouro.

Na família funcional, os relacionamentos são de fundamental importância.
É uma boa idéia examinar
regularmente a condição de cada relacionamento na família. Nunca se sabe quando poderá haver uma necessidade específica não atendida que, por algum motivo, seus filhos não lhes tenham contado. Ao ouvir com cuidado e ser sensível ao Espírito, conseguirão discernir melhor como seus filhos estão-se saindo e quais são as necessidades deles.
É claro que isso levanta um questionamento: quando vocês percebem que alguém em sua família precisa de ajuda, seja num relacionamento com você ou com outra pessoa, como pode ajudar a melhorar a situação? Algo que aprendi é que, via de regra, os relacionamentos não melhoram acidentalmente; na verdade, melhoram quando fazemos desse resultado uma prioridade.
Tentem investir tempo no relacionamento lançando mão de estratégias óbvias.
Aqui estão algumas coisas que experimentei
e que talvez funcionem também para vocês: conversem;
brinquem juntos;
passem tempo com um membro
da família de cada vez;
mandem cartas, cartões ou bilhetes
externando afeto;
façam elogios;
façam coisas divertidas e
inesperadas;
digam “Eu te amo”;
escutem a outra pessoa;

peçam ajuda num projeto;
exprimam sentimentos pessoais.

Tudo isso exige que vocês se envolvam pessoalmente em
coisas que a outra pessoa está fazendo. Depois conversem sobre seu empenho com o cônjuge durante o tempo de discussão em família. Vocês poderão ficar surpresos com o enorme alcance de sua influência positiva.

Na família funcional, os pais são professores ativos.
Adão e Eva foram excelentes exemplos de pais
que eram bons professores. Por exemplo, “Adão e Eva (…) deram a conhecer todas as coisas a seus filhos e suas filhas” (Moisés 5:12). Ensinaram aos filhos os princípios do evangelho, como o plano de salvação e a importância das bênçãos decorrentes da obediência aos mandamentos.
Temos a mesma responsabilidade: não só de preparar os filhos para a vida, mas também de ensinar-lhes o evangelho.
Se deixarmos a instrução espiritual de nossos filhos ao acaso ou a transferirmos a terceiros, corremos o grande risco de que eles não aprendam as coisas que lhes trarão a verdadeira felicidade.
Isso significa que precisamos refletir sobre o que ensinamos e como ensinamos.
Por exemplo, no tempo de
discussão em família, podem perguntar:
“O que queremos
ensinar em nossa família nos próximos meses?”
Como,
quando e onde queremos ensinar?”
Se desejar, anotem
as respostas, considerem as metas familiares e deixem-as expostas num local visível a fim de não as esquecer.
Em
seguida, acompanhem de perto essas metas.
O que mais vocês podem ensinar?
Qualquer coisa que
acharem que sua família precisa aprender. Alguns tópicos incluem a cortesia, a honestidade, a oração, o estudo das escrituras, o desendividamento, o respeito mútuo na família, o uso eficaz do tempo, o controle da raiva, a importância dos estudos e a necessidade de todos os familiares cumprirem suas obrigações domésticas.
O ensino eficaz também se dá fora de um contexto de ensino formal ou direto. O ensino indireto ocorre quando ensinamos sem usar palavras. Aliás, talvez vocês nem estejam presentes quando ocorrer o “ensino”!
Por exemplo,
penduro gravuras que representam características que eu gostaria que meus filhos ponderassem, como uma gravura dos pioneiros viajando numa tempestade de neve para representar a perseverança diante das dificuldades.
Também temos 29 fotografias individuais de nossos netos em cima da lareira, em nossa sala de estar. Embora não haja palavras escritas com essas fotografias, essa apresentação visual suscita muitos comentários. É impossível deixar de vê-las. As fotografias transmitem a mensagem de que nossos netos são uma parte importante de nossa família.

Na família funcional, os pais guiam pelo exemplo.
Os filhos estão sempre nos vigiando e observando nosso comportamento, quer tenhamos consciência disso ou não. Em meu papel de pai, regularmente avalio minha conduta e pergunto a mim mesmo: “Posso recomendar que meus filhos sigam meu exemplo na esfera pública e privada?” Se a resposta for negativa, faço as correções necessárias.
Estas são algumas das perguntas que me faço:
Quero que meus filhos sejam pacientes? Quero, assim tento ser o mais paciente possível com eles.
Quero que meus filhos vençam o estresse, divirtam-se e aprendam a aproveitar a vida? Quero, pois creio que Por fim, na família funcional, os pais ensinam aos filhos a fé no Pai Celestial e no Senhor Jesus Cristo.
Essa fé fincará de modo inigualável um alicerce firme e sólido para a vida familiar. Trata-se também de um mandamento de nosso Pai Celestial. Em relação a nossos deveres para com os filhos, o rei Benjamin exortou-nos: “Ensinálos- eis, porém, a andarem nos caminhos da verdade e da sobriedade; ensiná-los-eis a amarem-se uns aos outros e a servirem-se uns aos outros” (Mosias 4:15).
Talvez a coisa mais importante que faremos na vida seja ensinar nossos familiares a terem fé em Jesus Cristo e em Seus ensinamentos e a guardarem os mandamentos.
“A Família: Proclamação ao Mundo” declara: “A felicidade na vida familiar é mais provável de ser alcançada quando fundamentada nos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo.” 1
Ensinem a seus filhos princípios corretos por preceito, pelo exemplo e pelo Espírito ao prestar-lhes testemunho.
Lembrem-se de serem pacientes com vocês mesmos e com os familiares. Os relacionamentos tendem a melhorar pouco a pouco, e não da noite para o dia. Fortalecê-los exige tempo e esforço. Contudo, ao empenharem-se para ter uma família funcional baseada nos ensinamentos do Pai Celestial e de Jesus Cristo e Seu evangelho restaurado, vocês darão a seus familiares a melhor oportunidade possível de se aproximarem cada vez mais e de enfrentarem os desafios com mais harmonia e felicidade. ◼

Nota
1. “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004, p. 49; Ensign, novembro de 1995, p.102.

Fonte: A Liahona Fevereiro de 2009

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