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sábado, 25 de abril de 2009

Voltem-se Para a Eternidade!


ELAINE S. DALTON
Segunda Conselheira na Presidência Geral das Moças
(A LIAHONA NOVEMBRO DE 2006)


Quando nosso primeiro neto nasceu, toda a família correu para o hospital. Para mim, foi uma experiência fabulosa ver nosso filho mais velho, Matthew, segurar aquele menininho precioso. Enquanto estava na janela do berçário com nosso filho mais novo, Chad, olhamos atentamente os olhos desse novo espírito pequenino—tão limpo, tão puro, recém-chegado do céu.
Parecia que o tempo havia parado e, por um instante, pudemos vislumbrar o grande plano eterno. A santidade da vida ficou clara como cristal, e sussurrei ao Chad, “Você entende por que é tão importante permanecer limpo e puro?” Com reverência ele respondeu: “Ah sim, mamãe, eu entendo”.
Foi um momento de tamanho efeito, que eu desejo que cada rapaz e moça, cada jovem adulto, e efetivamente cada um de nós sinta e saiba da importância de viver uma vida digna e pura.
A nossa dignidade pessoal é que vai qualificar-nos para cumprir nossa missão terrena individual.
Nossa missão pessoal começou muito antes de chegarmos à Terra.
Na vida pré-mortal, fomos “chamados e preparados” para viver na Terra em um período quando as tentações e os desafios existentes seriam os maiores. Isso ocorreu “por causa de [nossa] grande fé e [nossas] boas obras” e por termos “escolhido o bem”.1 Nós compreendemos
o plano do nosso Pai e sabíamos que era bom. Não apenas o escolhemos, mas o defendemos. Sabíamos que nossa missão terrena seria repleta de tentações, desafios e opressão, mas sabíamos que seríamos abençoados pela plenitude do evangelho, por profetas vivos e pela orientação do Espírito Santo. Sabíamos, e entendemos hoje, que nosso sucesso nesta Terra seria determinado por nossa dignidade e pureza.
O que significa ser digno? No Livro de Mórmon, o pai de Lamôni implorou: “Que deverei fazer para conseguir essa vida eterna da qual falaste?”2
Então, o rei assumiu o seguinte compromisso com o Senhor ao dizer: “Abandonarei todos os meus pecados para conhecer-te”3.
Assim que o pai de Lamoni entendeu quem ele era e entendeu o plano de salvação de que fazia parte, a dignidade tornou-se o desejo de seu coração. Para sermos dignos, fazemos escolhas que nos capacitarão a voltar à presença do nosso Pai Celestial. Fazemos essas coisas que nos qualificarão para merecer todas as bênçãos que Ele tem reservadas para nós. Essa é a razão de estarmos aqui na Terra—“para ver se [faremos] todas as coisas que o Senhor (…) ordenar”.4
É por meio de nossa fé no Senhor Jesus Cristo que resistiremos à tentação.5 Nossa fé nos permitirá evitar o mal, que será algo repulsivo para nós, pois “a luz se apega à luz” e “a virtude ama a virtude”.6
Para tornar-nos livres das manchas do mundo, temos de ter não apenas fé, mas também arrependimento e obediência. Devemos viver os padrões e fazer as coisas que nos dêem direito à constante companhia e orientação do Espírito Santo — pois o Espírito não pode habitar em templos impuros.7
Certo jovem conhecido meu, disse: “É difícil demais! Viver os padrões em meu mundo não é algo realista. É difícil demais!” Apesar disso, por saber que somos filhos e filhas de Deus, precisamos nos esforçar para sermos dignos.
Um outro grupo de jovens adotou o lema: “Posso Fazer Coisas Difíceis!” Eles compreendem sua identidade, sua missão, sua fonte de orientação e recebem forças por guardarem os mandamentos. Também entendem que, quando cometem um erro, eles podem mudar! Satanás quer que todos nós pensemos que o arrependimento não é possível. Isso é definitivamente falso. O Salvador prometeu perdão.8
A cada semana, partilhar dignamente do sacramento torna possível a cada um de nós nos tornarmos limpos e puros, conforme nosso convênio de “recordar [o Salvador] sempre e guardar os [Seus] mandamentos”.9
O evangelho de Jesus Cristo é um evangelho de simplicidade, e recebemos as ferramentas que tornam o caminho reto e apertado. O caminho é claro: “Meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.10
Há trinta e oito anos, meu marido e eu fomos selados no Templo de Salt Lake, pelo Presidente Gordon B. Hinckley. Os conselhos e orientações que ele nos deu naquele dia tornaram-se um farol em nossa vida.
Quando saímos do templo como marido e mulher, fomos a um parque ao lado do templo e registramos em um diário as palavras de sabedoria que havíamos recebido.
  • Ele nos aconselhou a sempre nos lembrarmos de orar—à noite e pela manhã;
  • a orar como casal e em família.
  • Ele nos aconselhou a sempre pagarmos um dízimo integral e honesto.
  • Aconselhou-nos a que lêssemos as escrituras diariamente e aplicássemos os princípios em nossa vida.
  • E ele nos aconselhou a que permanecêssemos dignos.
Disse ele: “Vivam sempre de maneira que, quando precisarem das bênçãos do Senhor, possam pedi-las a Ele e recebêlas porque são dignos.”
Ele disse: “Haverá ocasiões em sua vida em que precisarão de ‘bênçãos imediatas’. Vocês precisarão viver de maneira tal que elas sejam concedidas—não por misericórdia, mas porque vocês são dignos”.
Não entendi o que isso queria dizer, mas nos trinta e oito anos que se seguiram, pedimos muitas “bençãos imediatas” ao nosso Pai Celestial.
Diariamente, esses hábitos sagrados e rotinas dignas têm-nos ajudado a nos mantermos firmes no caminho que leva de volta à presença de nosso Pai. E hoje digo—“Graças damos, Ó Deus, por um profeta, que nos guia no tempo atual”.11
A dignidade pessoal é essencial para entrarmos em Seus templos sagrados e para finalmente tornarnos herdeiros “de tudo o que o Pai possui”.12
O Senhor disse: “Que a virtude adorne teus pensamentos incessantemente; então tua confiança se fortalecerá na presença de Deus”.13
Ao fazê-lo, podemos entrar, com confiança, nos templos sagrados de Deus com o conhecimento de que somos dignos para ir aonde o próprio Senhor vai. Quando somos dignos, podemos não apenas entrar no templo, mas o templo pode entrar em nós. As promessas do Senhor de salvação e felicidade tornam-se nossas—e nossa missão terrena se torna Dele.
Exatamente no mês passado, nosso filho mais novo, Chad, entrou no templo com uma linda jovem digna e casou-se com ela para esta vida e toda a eternidade. Ao tomar sua mão e ajoelhar-se no altar, olhei para os espelhos de cada lado e novamente quis sussurrar—“Você entende por que é tão importante permanecer puro?” Mas desta vez não precisei lembrá-lhe, porque o Espírito sussurrou a eles.
Para os jovens de nobre estirpe: voltem-se para as janelas da eternidade! Vejam-se nos templos sagrados do Senhor. Vejam-se levando uma vida digna e pura. As gerações futuras dependem de vocês! Testifico que a dignidade é possível devido ao poder redentor e capacitador da Expiação de Jesus Cristo. Oro para que seja dito de cada um de nós: “Comigo andarão de branco; porquanto são [dignos] disso”.14
Em nome de Jesus Cristo. Amém. ■

NOTAS
1. Ver Alma 13:3.
2. Alma 22:15.
3. Alma 22:18.
4. Abraão 3:25.
5. Ver Alma 37:33; 3 Néfi 7:18.
6. Ver D&C 88:40.
7. Ver Helamã 4.24.
8. Ver “Para o Vigor da Juventude”, (2001), p. 30.
9. Morôni 4:3.
10. Mateus 11:30.
11. “Graças Damos, Ó Deus, Por um Profeta”, Hinos, nº 9.
12. D&C 84:38; ver também v. 35–37.
13. D&C 121:45.
14. Apocalipse 3:4; ver também v. 5.

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