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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Levantemo-nos e Unamo-nos


Irmã Sheri L. Dew
Segunda Conselheira na Presidência Geral da Sociedade de Socorro
(A Liahina out2000)

"Nenhuma mulher é um instrumento mais vibrante nas mãos do Senhor que uma mulher de Deus que sente grande satisfação e emoção por ser quem é."

Quando completei 12 anos, eu tinha quase 1.80 m, e minha vida social era um desastre.
Por ser bem mais alta que minhas amigas, passei a adolescência isolada. Eu não queria me sobressair, pelo menos não daquela forma; por isso, andava sempre meio encurvada.
Como resultado, minha mãe estava sempre me dizendo para "levantar a cabeça".
Eu não queria levantar-me naquela época, mas hoje quero, pois todas fomos admoestadas a "[levantar-nos]" (2 Néfi 8:17) e servir de testemunhas (ver Mosias 18:9) para que todas "[nos apresentemos] sem culpa perante Deus no último dia" (D&C 4:2). Não encontro nenhuma escritura que nos aconselhe a andarmos encurvadas em Sião. Em vez disso, somos muitas vezes instruídas a "levantar-nos e ficarmos em pé". (Ver 3 Néfi 20:2.)

Quando eu era adolescente, não entendia que não tinha sido destinada a manter-me escondida no meio da multidão. Vocês também não. Pois, como mulheres de Deus, precisamos levantar-nos de modo que nos sobressaiamos em relação ao restante do mundo. Só assim podemos esperar sentir alegria, porque ter alegria e levantar-nos, não sobre nossos pés mas como embaixadoras do Senhor, são coisas diretamente relacionadas entre si.

Minha família lembrou-se desse fato recentemente de modo muito dramático. Tenho 17 sobrinhas e sobrinhos maravilhosos. Fazemos excursões, andamos de bicicleta e oramos e jejuamos juntos. Recentemente todos choramos juntos. Há poucas semanas, sentimos imensa dor ao vermos dois dos filhos de minha irmã, Amanda de 11 e Tanner de 15 anos, perderem a vida em um acidente. Como sempre fomos muito unidos por causa de nosso amor, choramos muito a perda daqueles que se foram. (Ver D&C 42:45.)
Os amigos que moram em nossa cidade, a maior parte deles não- membros, choraram conosco, e sabíamos que o coração deles talvez jamais viesse a estar tão aberto à verdade quanto naquele dia em que os dois caixões estavam sendo velados em nossa pequena capela no Kansas.
Por isso, testemunhamos a respeito de Cristo e do evangelho restaurado durante todo o serviço fúnebre.
Mais tarde, muitos nos contaram como ficaram tocados com o que ouviram e sentiram. Alguns até manifestaram interesse em aprender mais. Não sabemos se alguém que se tenha sentido tocado com a morte de nossos jovens chegará a filiar-se à Igreja. Mas sabemos que o fato de nos levantarmos para expressar nossas crenças e ensinar o evangelho a amigos que jamais haviam demonstrado interesse foi algo que ajudou a amenizar nossa dor e trazer alegria à nossa família.

Neste mundo, a única alegria verdadeira promana do evangelho.
Uma alegria que é irradiada da Expiação e das ordenanças que transcendem o véu e do Consolador que salva nossa alma.
Recentemente, minha sobrinha de 11 anos, Aubrey, cujo pai morreu há cinco anos, foi questionada por uma amiga não-membro, que lhe perguntou por que não estava triste com a morte do pai e mais recentemente, dos primos.
A resposta de Aubrey foi notável: "Não estou triste? Pode acreditar que estamos muito tristes, sim, mas sabemos que estaremos juntos novamente, de modo que não nos preocupamos muito".
Nossa família sem dúvida chorou muito, mas não nos preocupamos tanto quanto nos preocuparíamos se não sentíssemos o amor transcendental e o poder curador de Jesus Cristo.
O evangelho é glória em vez de cinza (Isaías 61:3), é o óleo da alegria (Hebreus 1:9), são boas novas!

Embora nossos filhos tenham partido, temos a gloriosa certeza de que não os perdemos.
Mas, e quanto aos filhos de nosso Pai, nossos irmãos e irmãs, que estão perdidos e que estão diante não apenas da morte física, mas da morte espiritual?
O evangelho de Jesus Cristo foi feito para todas as pessoas. É hora de deixarmos as noventa e nove e irmos ao deserto em busca daquelas que se perderam. É hora de levarmos os fardos uns dos outros, sendo que o maior fardo que uma pessoa pode carregar é caminhar por esta vida sem ter luz.
Por isso, o Senhor pediu-nos nestes últimos dias: "O campo já está branco para a ceifa; e é a décima primeira hora e a última vez que chamarei trabalhadores para a minha vinha; ( . . . ) portanto lançai vossas foices e ceifai com todo o poder". (D&C 33:3, 7)

Os profetas antigos previram um dia em que "o conhecimento de um Salvador se [espalharia] por toda nação, tribo, língua e povo". (Mosias 3:20) Esse dia chegou.
E é nossa vez de lançarmos nossas foices e ajudarmos na colheita. Não é por acaso que estamos hoje aqui.
Por um longo período de tempo, nosso Pai observou, pois sabia que poderia contar conosco quando tudo mais estivesse em jogo. Fomos reservadas para este exato momento. Temos que compreender não apenas quem somos, mas quem sempre fomos. Pois somos mulheres de Deus, e o trabalho das mulheres de Deus sempre foi o de ajudar a edificar o reino de Deus.

Quando na vida pré-mortal, aceitamos o plano de nosso Pai, conforme explica o Élder John A. Widtsoe, "concordamos naquele exato momento que seríamos salvadoras ( . . . ) de toda a família humana. ( . . . ) A execução do plano ( . . . ) não é um trabalho apenas do Pai e do Salvador, mas é um trabalho nosso também". (Utah Genealogical and Historical Magazine, outubro de 1934, p. 189.)
Portanto, quando aqui fomos batizados, renovamos nosso compromisso e convênio com o Senhor. Não admira que o Presidente Gordon B. Hinckley tenha declarado que "se é para o mundo ser salvo, nós é que temos de fazê-lo. ( . . . ) Nenhum outro povo na história do mundo ( . . . ) recebeu ( . . . ) esse mandamento de modo mais enfático do que o nosso ( . . . ), por isso é melhor que comecemos a trabalhar nesse sentido". ("Church Is Really Doing Well", Church News, 3 de julho de 1999, p. 3.)

Irmãs, temos um trabalho a fazer.
O Profeta Joseph encarregou a Sociedade de Socorro do trabalho de salvar almas (ver History of the Church, 5:25), porque ir atrás dos que se perderam e cuidar deles é algo que faz parte de nossa natureza.
Contudo, o Presidente Spencer W. Kimball lamentou que existe um poder na Sociedade de Socorro que não tinha "ainda sido plenamente exercido ( . . . ) para edificar o reino de Deus". ("Relief Society -- Its Promise and Potential", Ensign, março de 1976, p. 4.) Pelo bem de tudo o que foi feito no passado, a Sociedade de Socorro ainda precisa ajudar a levar adiante este trabalho dos últimos dias, como é o seu dever.
Irmãs, chegou o momento de exercermos o poder de felicidade e retidão que existe entre as mulheres de Deus. Chegou o momento de nos engajarmos dedicadamente no trabalho de salvar almas. Chegou o momento de as irmãs da Sociedade de Socorro colocarem-se ao lado do profeta e apoiarem-no no trabalho de ajudar a edificar o reino. Chegou a hora de todas nos levantarmos e nos unirmos.

Isso começa com a nossa própria conversão, porque quando sentimos a "intensa alegria" do evangelho (Alma 36:24), temos o desejo de compartilhá-la. Os alimentos e acolchoados que fizemos para aliviar o sofrimento das pessoas são maravilhosos atos de bondade, mas nenhum serviço, eu repito, nenhum serviço se compara ao de levarmos alguém até Cristo.
Querem ser felizes? Eu quero dizer verdadeiramente felizes? Então cuidem de alguém ao longo do caminho que conduz ao templo e a Cristo.

O modo mais eficaz de se compartilhar o evangelho é vivendo-o.
Se vivermos como as discípulas de Cristo deveriam viver, se não formos apenas boas, mas tivermos alegria em nossa bondade, as outras pessoas serão atraídas até nós porque seremos "diferentes, de um modo muito feliz" ("The Role of Righteous Woman", Ensign, novembro de 1979, p. 104), como o Presidente Kimball profetizou.
Seremos felizes pelo modo que escolhemos viver; felizes porque não estamos constantemente remoldando-nos à imagem do mundo; felizes por termos "o dom e o poder do Espírito Santo" (1 Néfi 13:37); felizes por levantar-nos de modo a destacar-nos na multidão.

Toda vez que fortalecermos nosso próprio testemunho ou ajudarmos alguém a fortalecer o seu testemunho, edificamos o reino de Deus.
Toda vez que ajudamos uma irmã recém-batizada a integrar-se ou fazemos amizade com uma alma errante, sem julgá-la, ou convidamos uma família de não-membros para nossa reunião familiar, entregamos um Livro de Mórmon para um conhecido, conduzirmos uma família ao templo ou defendemos o recato e a maternidade, convidamos os missionários para irem à nossa casa ou ajudamos alguém a descobrir o poder da palavra, estamos edificando o reino de Deus. Imaginem como minha irmã se sentiu elevada quando leu o que Tanner havia escrito em seu diário pouco antes de morrer: "Obrigado, mamãe e papai, por ensinar-me a respeito de Cristo". O que edifica mais o reino do que criar um filho para o Senhor?

Com exceção daquelas que estão servindo numa missão de tempo integral, não precisamos de um crachá com o nosso nome nem bater de porta em porta para ajudar a edificar o reino. Embora algumas pessoas nos vejam como mulheres mal vestidas e submissas em vez das mulheres dinâmicas e radiantes que somos, nenhuma mulher é mais persuasiva, exerce maior influência para o bem nem é um instrumento mais vibrante nas mãos do Senhor que uma mulher de Deus que sente grande satisfação e emoção por ser quem é.
Gosto de pensar em nós mesmas como as armas secretas do Senhor. Se usássemos um crachá, gostaria que no meu estivesse escrito: "Sheri Dew, Mulher de Deus, Atarefada na Edificação do Reino de Deus".

Imaginem o que aconteceria nesta Igreja se a cada manhã, nós todas, 4.5 milhões de mulheres, nos ajoelhássemos e perguntássemos a nosso Pai a quem Ele precisaria que estendêssemos a mão nesse dia.
Imaginem então se fizéssemos isso!
Imaginem o que aconteceria se consagrássemos toda a nossa energia e atenção para o maior de todos os serviços, que é o de conduzir nossos irmãos e irmãs a Cristo.
Imaginem o que aconteceria se uníssemos todas as irmãs da Sociedade de Socorro num esforço conjunto para ajudar a edificar o reino.
Veremos então o despertar de um gigante adormecido.

Convido-as hoje a levantarem-se, a lançarem sua foice e fazerem parte deste trabalho com todo o vigor. Convido-as a rededicarem sua vida à edificação do reino. A estenderem a mão para alguém que tenha se afastado do caminho. A assumirem a responsabilidade de cuidar de um membro novo. A pensarem na possibilidade de servir numa missão com seu marido. A procurarem e orarem por oportunidades de realizar o trabalho missionário. De fazerem algo de importante para a vida espiritual de alguém, especialmente para a dos membros de sua própria família.

Nenhuma de nós pode tocar a vida de todas as pessoas. Mas e se todas tocarmos a vida de alguém? E depois, a de outra pessoa, a de outra e, assim, sucessivamente.
O Presidente Hinckley pediu-nos que nos "tornássemos um imenso exército cheio de entusiasmo por este trabalho". (Encontrem as Ovelhas e Apascentem-nas", A Liahona, julho de 1999, p. 118.) Ao fazê-lo, iremos tornar-nos parte de uma das maiores influências positivas que o mundo já viu. Pois nós, as irmãs da Sociedade de Socorro, somos mulheres de Deus.
E o trabalho das mulheres de Deus e da Sociedade de Socorro sempre foi o de ajudar a edificar o reino de Deus. Creio que podemos fazer mais para ajudar nossos líderes do sacerdócio do que jamais foi feito antes.

No quórum do sacerdócio de meu sobrinho, poucas horas antes de ele morrer, Tanner disse: "Sabe, se eu tiver que morrer cedo, quero que meu funeral seja como a despedida de um missionário indo para o campo".
Minha oração, nesta noite, é que possamos ter essa mesma clara consciência de nossa missão como mulheres de Deus.
Esta não é apenas uma igreja muito boa que ensina coisas muitos boas para que possamos viver uma vida muito boa. Esta é A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, investida com o Seu poder e encarregada de levar Sua verdade aos confins da Terra.
Amo nosso Pai. E amo Seu Filho. E adquiri por mim mesma o conhecimento de que este é o Seu trabalho e Sua glória e que somos as mais abençoadas de todas as mulheres por desempenharmos uma parte tão essencial dele.
Que possamos erguer nossas "vozes como o som de uma trombeta". (D&C 42:6)
Que encontremos alegria ao levantar-nos e unir-nos. E que "façamos alegremente todas as coisas que estiverem a nosso alcance" (D&C 123:17) e depois permaneçamos firmes para ver o braço de Deus revelar-se e o Seu trabalho avançar com coragem e nobreza, "até que tenha ( . . . ) visitado cada país e soado em cada ouvido, até que os propósitos de Deus sejam cumpridos, e o Grande Jeová diga que o trabalho está terminado". (History of the Church, 4:540)
No sagrado e santo nome de Jesus Cristo. Amém.

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