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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A História da Sopa de Ostras


 Toda véspera de Natal minha mulher serve meu prato favorito:sopa de ostras.
Acrescentamos a sopa a nossas tradições natalinas não apenas porque gostamos do seu sabor, mas porque ela nos faz lembrar o amor infinito que o Salvador tem por nós. Depois da última colherada, contamos a história da sopa de ostras, que aconteceu há muitos anos, quando nossos filhos eram bem jovens.
Era uma noite de segunda-feira, e eu estava a caminho de casa de volta do trabalho, ansioso para realizar uma reunião de noite familiar divertida e relaxante com minha mulher e meus filhos. Ao dirigir-me para a porta dos fundos, imaginei ver as crianças brincando alegremente e o jantar me esperando sobre a mesa. Não foi isso que aconteceu.
Minha esposa, Joy, tinha chegado em casa pouco antes de mim. Ela tivera um dia muito atarefado, e cada um de nossos filhos estava tentando ter um pouco de sua atenção. Quando começamos a ver quais eram as necessidades deles, aparentemente todas as lições de casa precisavam ser terminadas naquela noite. Joy estava exausta, precisávamos preparar o jantar, tínhamos que realizar a noite familiar, e Joy tinha-se comprometido a preparar uma sopa de ostras para 60 mulheres que participariam do almoço da Sociedade de Socorro no dia seguinte.
Dividimos as tarefas. Joy preparou o jantar, ajudei as crianças com as lições de casa, e realizamos uma reunião familiar bem curta. Coloquei então as crianças na cama, enquanto Joy começava a preparar a sopa. As crianças estavam todas na cama às nove e meia da noite. Fui até a cozinha e encontrei Joy atarefada preparando os ingredientes da sopa de ostras.
O processo era muito demorado e um pouco complicado. As ostras precisavam ser constantemente mexidas na temperatura certa, ou queimavam.
Joy teria que sair às oito horas da manhã do dia seguinte, portanto a sopa precisava ficar pronta naquela noite. Perguntei se ela queria que eu a ajudasse. Ela disse que conseguiria cuidar de tudo, por isso fui para o andar de cima trabalhar em meu curso de eletrônica.
Por volta das onze e meia da noite, Joy entrou no quarto com uma pequena tigela de ostras. Naquele momento, eu estava soldando uma parte de um circuito. Quando ergui o rosto, ela já tinha saído. A meu lado
estava uma tigela fumegante daquela sublime sopa. Pus uma colherada na boca, esperando o êxtase.
Fiquei surpreso. Não pude acreditar no gosto que estava sentindo. Era horrível!
Tinha gosto de queimado. Não era possível. Como é que eu ia dizer isso para minha mulher?
Preparando-me para usar todo o meu tato e coragem, desci as escadas.
Ela estava sentada na cozinha, com rosto de desânimo e cansaço. Eu disse da maneira mais carinhosa que pude: “Querida, você não pode servir isto. Está queimado”.
Ela ergueu o rosto para mim e começou a chorar. “Eu esperava que você não notasse. Fiquei mexendo e mexendo, mas de repente percebi umas manchas pretas subindo. Rapidamente tirei a panela do fogo e despejei o conteúdo em outro recipiente, esperando que tivesse agido a tempo”. As lágrimas corriam abundantemente pelo seu rosto, e ela parecia totalmente desanimada. “Estou tão cansada, já é tão tarde, e não temos dinheiro para comprar novos ingredientes. O que vamos fazer?”
Abracei-a e disse-lhe que precisávamos dormir. Ela disse: “Mas não posso. Ainda tenho que limpar e cortar as cenouras”. Levei-a até o quarto. Fizemos uma oração, e ela se deitou. Joy já estava dormindo quando fechei a porta e fui até a cozinha, tentando imaginar o que poderia ser feito.
Peguei o livro de receitas e procurei “pratos preparados com leite queimado”. Não achei nada. Até tentei ligar para um programa de rádio que era transmitido a noite inteira e abordava tudo quanto é tipo de assunto.
Não consegui telefonar para o programa, portanto voltei para a pia e descasquei as cenouras. A essa altura, eu já estava à beira do pânico. Tinha feito tudo que podia. Restava uma única opção. Fui até a sala de estar escura e ajoelhei-me.
Senti-me pouco à vontade por estar pedindo algo tão trivial. Mas não era trivial para Joy. Comecei a orar, dizendo: “Pai Celestial, sei que há muitas pessoas que têm grandes problemas.
Mas não tenho a quem mais recorrer. Fiz tudo o que sabia. Esse problema é muito sério para minha mulher, e isso o torna importante para mim. Ela é fiel e procura fazer tudo que lhe é pedido”
. Respirei fundo.
“Por favor, Pai, tira o gosto de queimado da sopa antes que amanheça.
Perdoa-me por pedir algo tão trivial, mas, por favor, ajuda a minha mulher”.
Depois disso, fui deitar-me. Às seis e meia da manhã, minha mulher sentou-se na cama e disse: “O que vou fazer?” Disse-lhe que as cenouras já estavam cortadas, e que ela precisava se vestir e provar a sopa. Ela despejou um pouco da sopa em uma panela e a colocou no fogo para esquentar.
Quando a provou, olhou para mim com lágrimas nos olhos e disse: “Não há manchas pretas e nenhum gosto de queimado! O que você fez?” Eu lhe contei o que tinha feito, e demo-nos conta da bênção que Ele nos concedera. Ajoelhamonos em oração e agradecemos a nosso Pai Celestial por Seu amor e preocupação por nós.
Que processo o Senhor utilizou?
Não sei. Por que Ele atendeu a nosso pedido? Não sei. Tudo o que sei é que Ele disse: “Pedi, e dar-se-vos-á” (Mateus 7:7), e eu acreditei Nele. Daquela vez, Ele nos concedeu a bênção.
Oh, sim, a sopa de ostras foi servida às irmãs. Todas comentaram que estava deliciosa e pediram a receita.
Decidimos que o Natal seria a melhor época do ano para que nós e nossa família lembrássemos o quanto o Salvador Se preocupa conosco e que, para Ele, até as coisas pequenas importam.
Gary B. Lundberg
Fonte: A Liahona Dez2005

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