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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Uma Dádiva de Amor


Depois que a empresa de refeições de meu pai faliu, minha família enfrentou graves dificuldades financeiras.
Lembro-me de minha mãe voltar para casa com lágrimas nos olhos, sem querer contar-nos o que havia de
errado, mesmo depois de eu ter-lhe perguntado qual era o problema. Pouco depois, tivemos de nos mudar para um apartamento de um quarto, porque era tudo o que podíamos pagar.
Antes disso, o Natal sempre tinha sido uma época de muita comida, roupas novas, festas, visitas a lugaresinteressantes e troca de presentes. 
Minha mãe tinha muita habilidade em ser a “Mamãe Noel”, como costumávamos chamá-la. Ela adorava dar presentes e, no Natal, presenteava com entusiasmo e amor as pessoas a seu redor.
À medida que fomos crescendo, passamos também a desenvolver a característica de pensar mais nos outros do que em nós mesmos.
Mas naquele ano não sabíamos o que fazer.
Minha mãe ficou preocupada, pois aquele seria o primeiro Natal que passaríamos numa casa que não era nossa. Preocupava-se por não conseguir pensar em nada com que pudesse presentear as pessoas.
No entanto, nós a incentivamos, porque sabíamos que poderíamos, a nosso modo, fazer alguma coisa para espalhar o espírito do Natal.
Mesmo assim, mal conseguíamos nos sustentar e também tínhamos dificuldade para manter a paz em nossa nova vizinhança. Nossa senhoria não era cristã e estava irritada conosco porque sempre a acordávamos bem cedo pela manhã, quando fazíamos a oração familiar e cantávamos hinos.
Nosso canto sempre a despertava porque o quarto dela era colado ao nosso. Ela sempre reclamava, por isso procurávamos cantar bem baixinho, para não incomodá-la. Quando viu que não iríamos parar de fazer as orações familiares pela manhã, aos poucos foi deixando de reclamar.
Então, meu pai teve uma ideia. Sentiu que deveríamos cantar hinos de Natal para nossa senhoria, como nosso presente para ela. Todos ficaram entusiasmados com a ideia, menos eu. Eu me opus com veemência, lembrando a todos as reclamações que ela fazia por causa das orações de nossa família. Sugeri que cantássemos para alguém que apreciasse nosso presente, e não para ela.
Mas meu pai insistiu, explicando que isso seria uma forma de mostrarmos a ela que éramos amigos, apesar de sermos de outra religião. Não tive escolha a não ser unir-me à família na seleção e ensaio dos hinos que cantaríamos para ela.
Na véspera de Natal, fomos até o apartamento dela e batemos na porta.
Ela não abriu, e eu já estava prestes a ficar com raiva e a dizer a meu pai que aquilo tinha sido uma perda de tempo. Mas ao olhar em volta, vi que todos da família estavam sorrindo. Todos estavam contentes com o que estávamos fazendo. Tive o desejo de sentir o que eles sentiam.
Por fim, a senhoria atendeu à porta e, por um momento, ficou sem saber o que fazer. Meu pai explicou-lhe calmamente que gostaríamos muito de cantar para ela e, que se ela permitisse, gostaríamos de entrar em seu apartamento.
Ela abriu a porta e nos convidou a entrar. Cantamos todos os hinos de Natal que sabíamos, tanto os que havíamos ensaiado quanto os que não havíamos ensaiado. Em pouco tempo, um sentimento maravilhoso preencheu toda a sala.
Embora eu soubesse que ela talvez não compreendesse o significado das palavras, ela ficou sorrindo enquanto cantávamos.
Também nos disse que estava se sentindo solitária eque ao ver-nos todos juntos ali sentiu saudades da própria família. Antes de sair, desejamos a ela um bom Natal e um feliz Ano Novo. Ela nos agradeceu, evoltamos para nosso apartamento.                      
Quando eu estava tentando pegar no sono naquela noite, pensei no que havia acontecido. 
Dei-me conta de que um verdadeiro presente de Natal não precisa ser comprado em uma loja ou mesmo feito em casa.
Na verdade, o importante é a atitude e o desejo que temos de fazer o que pudermos para tornar nosso semelhante feliz
Compreendi que o melhor presente que podemos dar no Natal não depende de dinheiro, mas sim, deve ser uma dádiva de amor.
Naquela noite, minha família havia sentido o espírito de Natal oferecendo um pequeno ato de serviço para uma vizinha solitária.Chastmier Okoro
Fonte: A Liahona Dez/2009

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