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domingo, 31 de outubro de 2010

Três Toalhas e Um Jornal de 25 Centavos

Da vida do Bispo Richard  C. Edgley
Em 1955, depois do meu primeiro ano de faculdade, passei as férias de verão trabalhando na recém-inaugurada Pousada Jackson Lake, em Moran, Wyoming. Meu meio de transporte era um Hudson 1941 que deveria ter sido aposentado 10 anos antes.
Entre outros traços marcantes do carro, o piso estava tão enferrujado que, se não fosse por um pedaço de madeira, eu poderia literalmente pôr os pés na estrada. O ponto positivo é que, ao contrário da maioria dos veículos de 14 anos daquela época, ele não usava óleo — muita água no radiador, mas não óleo. Eu não entendia para onde ia a água e por que o óleo ficava cada vez mais fino e mais claro.
Em preparação para a viagem de quase 300 quilômetros de volta para casa ao fim do verão, levei o carro ao único mecânico de Moran. Após uma rápida análise, ele explicou que o bloco de cilindros estava danificado e havia água vazando para o óleo.
Isso explicava o mistério da água e do óleo. Eu perguntava-me se poderia também fazer a água vazar para o tanque de gasolina e assim gastar menos combustível.
Agora, a confissão: após o milagre de chegar a casa, meu pai saiu ao meu encontro e recebeu-me com alegria.
Depois de um abraço e algumas brincadeiras, ele olhou para o banco de trás do carro e viu três toalhas da Pousada Jackson Lake — do tipo que não se encontra à venda. Com um olhar de decepção, disse simplesmente:
“Eu esperava mais de você”.
Eu não achava que fizera algo tão errado.
Para mim, as toalhas eram apenas a lembrança de um verão inteiro de trabalhos num hotel de luxo, uma espécie de “rito de iniciação”.
Contudo, ao levá-las para casa, senti que perdera a confiança e o respeito do meu pai, e fiquei arrasado.
No fim de semana seguinte, ajustei a tábua no piso do carro, enchi o radiador de água e comecei a viagem de quase 600 quilômetros de ida e volta à Pousada Jackson Lake para devolver as toalhas.
Meu pai não perguntou o motivo de minha volta à pousada, e eu também não expliquei. Nem era preciso.
Foi uma lição cara e dolorosa sobre honestidade, que me acompanhou ao longo de toda a vida.

É triste, mas alguns dos maiores valores ausentes do mundo atual são a honestidade e a integridade.
Em Provérbios, lemos: “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas os que agem fielmente são o seu deleite” (Provérbios 12:22).

Há cerca de trinta anos, quando eu trabalhava no meio empresarial, estava de passagem com alguns colegas de trabalho pelo Aeroporto O’Hare, em Chicago, Illinois.
Um deles acabara de vender sua companhia por dezenas de milhões de dólares: em outras palavras, ele não era pobre.
Ao passarmos por uma máquina de venda de jornais, esse homem inseriu uma única moeda, abriu a portinhola e começou a distribuir, sem pagar, jornais a cada um de nós.
Quando ele me passou um exemplar, pus uma moeda na máquina e, tentando não ofender, mas deixando clara a minha opinião, disse em tom de brincadeira: “Jim, não vou vender minha integridade por 25 centavos.
Por um dólar, talvez, mas não por 25 centavos”. Como vocês vêem, eu nunca me esqueci da experiência das três toalhas e do velho Hudson 1941.
Alguns minutos depois, passamos pela mesma máquina de venda de jornais. Percebi que Jim se afastou do grupo e estava introduzindo moedas na máquina. Não lhes conto essa história para posar de exemplo perfeito
de honestidade, mas sim para enfatizar as lições tiradas de três toalhas e de um jornal de 25 centavos.

Nunca existirá honestidade no mundo dos negócios, nas escolas, no lar ou em qualquer outro local, se não houver honestidade no coração.

Fico me perguntando como seria o mundo se lições simples de honestidade fossem ministradas às crianças no lar, desde a mais tenra infância, lições simples como “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (ver Mateus 22:39; Marcos 12:31) e “o que quereis que vos façam, fazei-lho também vós” (ver Mateus 7:12; Lucas 6:31). Pergunto-me onde estariam hoje os milhares de trabalhadores despedidos e extorquidos, se alguns grandes empresários tivessem tido na juventude experiências como as das três toalhas ou a do jornal de 25 centavos.
A honestidade deve estar entre os valores mais fundamentais que governam nosso cotidiano.
Quando somos fiéis aos princípios sagrados da honestidade e da integridade, somos fiéis a nossa fé e somos fiéis a nós mesmos.
Bispo Richard  C. Edgley
Fonte: A Liahona Nov2006

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