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domingo, 19 de dezembro de 2010

O Dom Divino da Gratidão

 Obra de Frederick Morgan

Pelo Pres. Monson
Todos já passamos por situações em que nos concentramos no que faltava, em vez de pensar em nossas bênçãos.
O filósofo grego Epiteto disse: “Sábio é o homem que não se entristece pelas coisas que não tem, mas se regozija nas que tem”.
(...) Independentemente das circunstâncias, todos temos muito pelo que agradecer, se simplesmente pararmos para contar nossas bênçãos.
Esta é uma época maravilhosa para viver na Terra. Embora haja muita coisa errada no mundo atual, há muitas coisas justas e boas. 
Há casamentos bem-sucedidos, pais que amam os filhos e se sacrificam por eles, amigos que se preocupam conosco e nos ajudam, professores que ensinam. Nossa vida é abençoada de incontáveis maneiras.
Será que as posses materiais nos tornam felizes e gratos? Talvez momentaneamente.
Contudo, as coisas que nos dão profunda felicidade e gratidão são aquelas que o dinheiro não pode comprar: a família, o evangelho, os bons amigos, a saúde, nossas aptidões e o amor que recebemos das pessoas a nossa volta. Infelizmente, essas são algumas das coisas às quais nem sempre damos o devido valor.
O escritor inglês Aldous Huxley escreveu: “A maioria dos seres humanos tem uma capacidade quase infinita de não dar valor ao que tem”.
Em geral damos pouco valor exatamente àquelas pessoas que mais merecem nossa gratidão. Não esperemos até ser tarde demais para expressar essa gratidão. 
Ao falar de entes queridos que perdeu, certo homem declarou seu remorso desta forma: “Lembro-me daqueles dias felizes, e frequentemente desejaria poder expressar aos mortos a gratidão que lhes era devida quando vivos, e que foi tão pouco retribuída”.
Um coração grato, portanto, advém de se expressar gratidão a nosso Pai Celestial por Suas bênçãos e às pessoas ao nosso redor por tudo o que elas nos proporcionam. Isso exige um esforço consciente — ao menos até que aprendamos realmente e cultivemos um espírito de gratidão. Frequentemente nos sentimos gratos e temos a intenção de expressar nossa gratidão, mas esquecemos, ou nem sempre chegamos a fazê-lo. 
Alguém disse que “sentir gratidão e não expressá-la é como embrulhar um presente e não entregá-lo”.
Quando encontramos desafios e problemas na vida, em geral é difícil concentrar-nos em nossas bênçãos.
Contudo, se buscarmos no fundo da alma e procurarmos direito, vamos sentir e reconhecer quantas coisas já
recebemos.

Quero contar-lhes o relato de uma família que conseguiu descobrir bênçãos em meio aos desafios mais difíceis. É uma história que li há muitos anos e guardei comigo por causa da mensagem que ela transmitia. Foi
escrita por Gordon Green e apareceu em uma revista americana há mais de 50 anos.
Gordon conta que foi criado em uma fazenda no Canadá, onde ele e os irmãos tinham de correr para casa, ao saírem da escola, enquanto as outras crianças ficavam jogando bola ou iam nadar. O pai, porém, conseguiu ajudá-los a compreender que o trabalho deles era importante. Isso se confirmava principalmente na época da colheita, quando a família comemorava o Dia de Ação de Graças, porque nesse dia o pai dava-lhes um grande presente. 
Ele fazia um levantamento de tudo o que tinham.
Na manhã do Dia de Ação de Graças, ele os levava até o porão onde havia barris de maçãs, caixas de beterrabas, cenouras armazenadas na areia e montanhas de batatas ensacadas, além de ervilhas, milho, vagem, geleias, morangos e outras conservas que enchiam as prateleiras. 
Ele fazia com que os filhos contassem tudo cuidadosamente. Depois, saíam para o celeiro e calculavam quantas toneladas de feno havia ali, e quantas sacas de trigo havia na tulha. Contavam as vacas, os porcos, as galinhas, os perus e os gansos. 
O pai dizia que queria verificar em que pé estavam as coisas, mas os meninos sabiam que a intenção dele era que eles percebessem, naquele dia de festa, quão abundantemente Deus os havia abençoado e feito frutificar suas horas de trabalho.
Por fim, quando se sentavam para comer o banquete que a mãe preparara, podiam realmente sentir as bênçãos que possuíam. Gordon contou, porém, que o Dia de Ação de Graças de que se lembrava com mais gratidão foi o do ano em que parecia não terem nada pelo que agradecer.
O ano começou bem. Havia-lhes sobrado feno, tinham muitas sementes e quatro ninhadas de porcos; e o pai reservara um pouco de dinheiro para poder comprar uma empilhadeira de feno — uma máquina maravilhosa
que a maioria dos fazendeiros apenas sonhava em ter. Foi também o ano em que a energia elétrica chegou a sua cidade — embora não para eles, porque não tinham como pagar.
Certa noite, quando a mãe de Gordon estava lavando a roupa, o pai assumiu o lugar dela no tanque e pediu à esposa que descansasse e pegasse seu tricô. Ele disse: “Você passa mais tempo lavando roupa do que dormindo.
Não acha que deveríamos usar todo o dinheiro que temos e instalar energia elétrica?” Embora entusiasmada com a possibilidade, ela verteu lágrimas ao pensar na empilhadeira de feno que ele deixaria de comprar.
E assim, foram instalados fios elétricos na rua deles naquele ano. Embora nada fosse sofisticado, compraram uma máquina de lavar roupa que funcionava sozinha o dia inteiro, e penduraram
lâmpadas bem claras no teto de cada cômodo. Não havia mais lampiões para encher de óleo, pavios para cortar ou chaminés cheias de fuligem para lavar. Os lampiões foram discretamente levados para o sótão.
A chegada da energia elétrica à fazenda foi quase a última coisa boa que lhes aconteceu naquele ano.
Assim que as plantações começaram a brotar, começaram as chuvas. Quando as águas finalmente baixaram, não havia restado uma única planta em lugar algum. Plantaram de novo, mas as chuvas mais uma vez destruíram as plantações. As batatas apodreceram na lama. Venderam, a preços muito baixos, algumas vacas e todos os porcos e outros animais que pretendiam manter, porque todos tiveram que fazer o mesmo. Tudo o que colheram naquele ano foi um canteiro de nabos que conseguiu sobreviver às tempestades.
Então, chegou novamente o Dia de Ação de Graças. A mãe disse: “Talvez seja melhor não fazermos nada este ano. Não nos restou nem sequer um ganso”.
Na manhã do Dia de Ação de Graças, porém, o pai de Gordon apareceu com uma lebre e pediu que a esposa a preparasse. Ela começou a tarefa de má vontade, dizendo que levaria muito tempo para cozinhar aquele animal velho. 
Quando o prato foi finalmente posto na mesa, com um pouco dos nabos que restaram, os filhos se recusaram a comer. A mãe de Gordon se pôs a chorar, mas então o pai fez uma coisa estranha. Subiu até o sótão, pegou um lampião a óleo, trouxe-o até a mesa e o acendeu. Mandou os filhos apagarem as luzes elétricas. Quando restava apenas o lampião aceso, eles mal puderam crer que antes fosse tão escuro. 
Ficaram se perguntando se teriam enxergado alguma coisa sem as luzes brilhantes possibilitadas pela eletricidade.
O alimento foi abençoado, e todos comeram. Quando o jantar chegou ao fim, todos ficaram ali sentados em silêncio. 
Gordon escreveu:
“Na humilde penumbra do velho lampião, começamos a ver claramente de novo. (…)
Foi uma refeição excelente. A lebre teve gosto de peru, e os nabos foram os mais gostosos de que consigo
lembrar. (…)
Nosso lar (…) apesar de tudo o que faltava, era extremamente rico para nós”.
 Fonte: A Liahona Nov2010

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