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segunda-feira, 29 de março de 2010

Vinte e Quatro Horas de Ouro

 Obra de Edmund Blair Leighton
A história a seguir, “Vinte e Quatro Horas de Ouro”, ilustra como Charlotte, uma jovem infeliz e descontente, beneficiou-se com a prática dos ensinamentos do Salvador.
“Charlotte havia chegado a uma época difícil da vida. Sentia-se muito descontente e tudo parecia-lhe sair errado. Suas ambições não se concretizavam, seus amigos nada tinham de especial, seu lar não lhe agradava e, como bem sabia, sua própria personalidade deixava muito a desejar. Era um problema grande demais para a jovem, que parecia estar sendo levada por uma torrente de circunstâncias, que a conduziam a uma vida sem satisfações ou atrativos, da qual não podia escapar.
Charlotte pediu ajuda a Margaret Ames, uma mulher que parecia levar o tipo de vida que ela gostaria de ter. Contou-lhe sua história frustrada e infeliz (…) e Margaret, depois de uma palavra de consolo, disse-lhe:
‘Você pode mudar tudo isso, se realmente tiver vontade’. (…)
[Para início de vida nova,] Margaret sugeriu-lhe: ‘Viva vinte e quatro horas como se Cristo estivesse ao seu lado, vendo tudo o que você faz.
Depois, volte aqui e conversaremos a respeito. Você fará isso?’
Mesmo sendo membro da Igreja, Charlotte nunca pensara em Cristo daquela forma—como se fosse um vizinho com quem pudesse conversar à vontade. Embora constrangida e em dúvida, dispôs-se a fazer o que Margaret sugerira.
Já anoitecia, quando Charlotte voltou para casa, onde sabia que era esperada para arrumar a mesa do jantar. Abriu a gaveta do armário e de lá tirou uma toalha de mesa amassada que, ao ser estendida, mostrou diversas manchas de gordura. Nesse instante sentiu o desejo de começar a mudar.
‘Se Cristo fosse comer conosco, eu não colocaria essa toalha suja na mesa’, pensou.
Charlotte foi buscar uma toalha limpa e, movida pelo mesmo pensamento, colheu flores no jardim, enfeitando a mesa com elas.
Limpou a manteigueira, cortou o pão com capricho. (…)
‘Vamos ter visita para o jantar?’ perguntou o pai. (…)
‘Só você, papai’, respondeu com um sorriso. Se Cristo estivesse presente, nós não deixaríamos de sorrir para nossos familiares, mostrando boas maneiras.
Cansada, a mãe sentou-se à mesa ainda de avental, e disse: ‘Não sei o que deu nela para arrumar a mesa dessa forma só para nós. Vai ver que espera que alguém chegue antes de terminarmos de comer’ (…).
A jovem nada respondeu, até conseguir pensar em algo adequado a ser dito na presença do Convidado invisível. ‘Não conheço ninguém que mereça isto mais do que vocês’, respondeu finalmente.
A família ficou sem saber o que dizer durante algum tempo. Nem parecia a mesma Charlotte. O pai comentou: ‘Tem razão, filha. É pena que nem sempre pensemos assim’. (…)
Charlotte foi para a sala, tirou de baixo de uma pilha de revistas uma que havia escondido no meio das outras, e pôs-se a ler. Depois de alguns minutos, largou a revista (…) ‘Eu não estaria lendo isto, se Cristo estivesse sentado ao meu lado’. Acabou jogando-a no lixo. (…)
No dia seguinte, foi para o trabalho.(…) Como o detestava!(…)
‘Cristo está ao meu lado’, pensou, ao entrar na loja, caminhando em direção às outras jovens que conversavam alegremente. Com um sorriso nos lábios, cumprimentou a todos que encontrou. (…)
A amabilidade de Charlotte espantou suas colegas de trabalho. Ela conseguiu até resolver alguns problemas com alguns fregueses malcriados, imaginando como agiria, se Cristo estivesse ao seu lado.
Naquela tarde, voltou à casa de Margaret Ames para conversarem sobre a experiência. ‘Eu tentei, Sra. Ames. Tentei com todas as forças. De fato, parece que tudo se modificou. Acho que sei o que a Sra. quis ensinar-me.
Naturalmente, as coisas que me aborreciam não mudaram. Continuo pobre e não tenho como cursar uma faculdade; moro numa casa feia. (…)
‘Mas, querida! Faz apenas vinte e quatro horas que você começou a plantar as sementes. (…) Será que pode continuar, e “esperar” pacientemente no Senhor, como manda o salmista? (…) Você possui a [chave], que é Cristo. As queixas não mudam muito as coisas, mas Cristo muda. Não deixe de tê-Lo sempre por perto’.
‘É o que vou fazer’, respondeu Charlotte”. 
[Lucy Gertsch Thompson, comp., Stories That Live, (1956), pp. 34–43]

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